quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Meu abandono


Me afasto, dou passos largos para um breu e quase ninguém me encontra. Isso porque faço esconderijo onde quero ser achada, onde se eu gritar que seja possível ouvir meus ecos. Mas não me acolho, não me acolhem, e se fazem acho pouco, penso que é resto; coisa que se dá à quem tem dó. 
Mas há dias que o que ainda resta de impulsivo em mim tenta se libertar. Dias sofridos, confesso. Como se eu lutasse  para negar uma essência que não é minha. Pois toda essa dureza, explosão, ventania e depois o silencio absoluto, nasceram das minhas crises. As voltas incessantes que eu dava pela casa, enquanto comia comia comia. As fugas. As risadas. A queda de meu cabelo, a falta de vida. A barra segurada. A gata sumida. As feridas - e são tantas. A ser a última na fileira. A escrever errado. Aos vômitos dados durante anos e anos. As pernas nunca boas. A esse esqueleto frágil. Isso é minha impulsividade. Isso não é essência. Por falta de Dramin em casa talvez.
E toda fuga nasce de um abandono. Todo meu abandono nasce de uma fuga. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

"Somente os amores não realizados podem ser românticos."


Não quero olhar teus olhos agora, olhos de mar vermelho de sangue, olhos pedintes, olhos que pedem resgate. Dei para você tudo o que de mais sincero me pertencia, mas agora não suplico nada em troca. Agora eu entendo que o caminho mais tortuoso nos levou prum fim não trágico. Seus olhos são sinceros, e me enxergam como se eu fosse um película, como se tudo que passamos fosse um mero erro cinematográfico, mas não foi. Eu insisto.
Morremos tantas vezes, ficamos duros e frios tantas vezes e calamos tanto que hoje a dor que veio foi súbita, mas não mortal.Esgotou-se tudo, somos um filme sem produtor, com um final entediante e um pouco melancólico.

 eu sou uma bailarina torta, uma bailarina morta, que não sabe do seu fim.

domingo, 13 de janeiro de 2013

eu te amo mesmo assim.



"Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you..."




Não sou muito de guardar dadas ou fazer contas e você bem sabe disso. E também pode ser que eu surpreenda por estar escrevendo um texto alegre, sem ser impulsionado por nenhuma melancolia particular. É que hoje é diferente. Parece que deixamos para trás a sexta feira 13 mais bonita de nossas vidas. Um ano, três anos, 6 meses, 29 dias, 4 meses ou duas semanas? eu já nem sei mais. Parece que a cada dia começamos de novo algo diferente.
Aprendemos um com o outro, e isso foi importante, crescemos juntos e enfrentamos monstros que hoje já nem nos assustam mais. Você se tornou especial, porque é o equilíbrio que me faltava. E acho também que a teoria da azeitona se aplica à vários ramos de nossa vida, como piclês, gengibre, tomate seco, video-game, filmes cults entre outros. 
Eu aprendi a te amar. Fui forçada a ser mais paciente, aprendi com você a respeitar o tempo do outro, por mais que pareça impossível e doloroso. Aprendi a descifrar seus códigos e seus tons. Decorei todas as cores que seu olho pode ter num dia claro. Muitas vezes me calei, mas procurei teu colo que sempre foi um abrigo seguro.
Queria que soubesse o quanto te amo. E queria que você não esquecesse disso, mesmo nos dias tão chuvosos, mesmo quando eu grito, quando não falo, quando te mando embora... eu te amo mesmo assim. Mesmo depois dos choros, das palavras tortas, da falta de toque e paciência....
Você me faz ter vontade. Mesmo quando brigo com o mundo e me escondo nos meus escombros , eu te aceito....
Pode até parecer um texto singelo e sem criatividade, mas escrevi tudo isso e coloquei meu coração. Queria que você pudesse morar dentro de mim...

Eu te amo, e quero viver contigo.