domingo, 30 de dezembro de 2012

Aqui é o melhor lugar do mundo, é onde eu posso me esconder quando tudo lá fora me prende e sufoca. É o meu quase paraíso, e sei que qualquer hora Alice vai me encontrar por aqui. Nem a música, nem as folhas, nem o sol nem a dança me preenche e conforta tanto assim. Essa tela branca, as letras e as infinitas palavras soltas num mar rosa clarinho me permite sentir viva. Aqui, e só aqui, é que consigo fugir de um mundo que me perturba e me nega. 
Hoje foi um dia terrível, sem paz sem pais sem amor e sem vírgula de tão atropelado e mal feito que foi. Mas já no fim da tarde, quando o meu corpo esmigalhou e finalmente entendeu que não havia escapatória, eu sabia que algo iria me acolher. As palavras são minhas melhores amigas, mas não são todas, são aquelas que tomam conta do meu dedo e se eternizam aqui. Essas sim me acompanham e sabem o que passa dentro de um corpo quente quando ouve um não, quando não é correspondido, quando se sente sozinho ou lotado demais. A ponta dos meus dedos de alguma forma tomam vida e sintetizam, às vezes de forma simplória, o turbilhão sentimental que vive aqui dentro. Como fizeram agora...

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